Existem basicamente dois tipos de herpes, o simples, mais comum, com as lesões principalmente nos lábios ou ao redor da boca; e o zoster, mais raro, um vírus diferente e sobre o qual discutiremos um pouco aqui hoje.
Trata-se de uma virose, causada por um vírus (herpesvírus), é o mesmo vírus da catapora (varicela). Este vírus fica “dormindo” em nosso organismo, no interior de gânglios do sistema nervoso. Quando por algum motivo ocorre uma queda da imunidade (doenças ou até mesmo o estresse) o vírus então causa a doença.
Na maioria das vezes o quadro inicia-se com dor na área da pele inervada pelo nervo sensitivo afetado. Esta dor pode ser acompanhada de febre, mal-estar e cefaléia, e é observada normalmente um a quatro dias antes do desenvolvimento das lesões. Durante tal período, a dor pode mascarar uma dor de dente, dor de ouvido, cefaléia, infarto do miocárdio, dor muscular ou apendicite, dependendo de qual região esteja afetado. Por este motivo, muitas vezes o paciente procura outros médicos antes do dermatologista.
O envolvimento da pele aparece como vesículas (pequenas bolhas) sob base eritematosa (vermelha) e aparecem, em geral, somente no segmento de pele inervado pelo ramo nervoso acometido pelo vírus e em apenas um dos lados do corpo – “cobreando-se”, ou seja, ziguezagueando, daí a origem do nome popular “cobreiro” para este mal. No período de três a quatro dias, as vesículas tornam-se pustulares (com pus) e podem até ulcerar , deixando cicatriz.
A dor é o que mais preocupa, pois pode durar por algum tempo mesmo após a melhora das lesões da pele. Chamamos isso de neuralgia pós-herpética e ocorre em mais de 14% dos pacientes, especialmente naqueles acima dos 50 anos de idade.
Geralmente este tipo de herpes ocorre em pacientes com mais de 50 anos e em pessoas mais debilitadas. É muito raro um segundo episódio de herpes zoster em pessoas imunocompetentes. Já em imunodeprimidos, o herpes zoster pode aparecer várias vezes.
Os pacientes com herpes zoster podem ser uma fonte de contágio do vírus da catapora, apesar de serem menos contagiosos do que os pacientes com catapora. Por isso orienta-se evitar o contato dos doentes principalmente com crianças e gestantes.
O tratamento deve ser começado assim que se iniciarem os sintomas, o quanto antes melhor, visando evitar o dano irreparável ao nervo atingido que resultará na neuralgia pós-herpética. As lesões da pele tem involução espontânea, mas medidas para evitar a infecção secundária devem ser tomadas.
Os medicamentos utilizados no tratamento do herpes zoster evoluíram muito, tornando-se mais eficazes, e devem ser indicados por um médico dermatologista de acordo com cada caso. São utilizados antivirais, além de analgésicos para o controle da dor, quando necessário.
A vacinação contra a catapora poderá diminuir os casos de herpes zoster na vida adulta assim como suas complicações.